Originária dos tempos dos tropeiros, a cambona era usada para aquecer a água durante as longas tropeadas pela pampa, tornando-se uma companheira indispensável pelo nosso rio grande afora. Além de cambonear os amargos, também se fazia e faz o café de cambona, quando a água fervia se coloca de uma a duas colheres de café em pó, logo em seguida se retira um tição do fogo e mergulha nessa água fazendo o pó descer ao fundo, pronto para servir e bebê-lo.
Feita tradicionalmente de ferro, lata ou alumínio, a cambona distingue-se pela sua utilidade entre os antigos tropeiros e campeiros para servir o mate. Ela foi projetada para ser usada nos arreios e diretamente sobre o fogo, seja num fogo de chão, fogão a lenha, ou lareiras dando rusticidade e autenticidade ao ritual do chimarrão.
Quando já velha e furada a cambona, geralmente fica pendurada pelo galpão e se encontra uma nova utilidade, virando um ninho de corruíra, mostrando sua resistência e o valor que tem na cultura do campo. É um símbolo de tradição e do jeito simples de viver nos pagos sulinos.
Mais do que um utensílio, a cambona é um elo com o passado, ela representa o espírito acolhedor do povo gaúcho, momentos de encontro, prosa e troca de experiência, onde o porongo circula de mão em mão, reforçando laços de amizade pelos usos e costumes do Rio Grande do Sul. Hoje, a cambona se mantém presente na cultura gaúcha, muitos rincões ainda a utilizam, sendo parte viva da tradição e um testemunho da identidade sul-rio-grandense.
...Cambona nos arreios pendurada
De grande valia nas tropeadas
Junto às labaredas, toda tisnada,
Aquecia a água nas madrugadas...
...Ela é mais que um utensílio, é tradição,
Vive na memória e alma do galpão
Grande utilidade na convivência,
A Cambona é vida, é cultura, é essência..
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