Música Gaúcha Urbana e suas influências - continuação
E conforme vimos, a música gaúcha sofreu uma influência constante de inúmeras culturas, tanto nacionais como internacionais.
A Música Popular Gaúcha abarca artistas que exploram várias fusões de ritmos, que vão do regional ao “universal”.
Da tendência “regionalista” da MPG, podemos citar, entre outros: Almôndegas (e, em decorrência, seus ex-integrantes, tais como Kleiton e Kledir e Pery Souza), Vitor Ramil, Sérgio Napp, Bebeto Alves, Jerônimo Jardim, Mário Barbará, Raul Ellwanger, Loma, Victor Hugo, Fogaça, Sérgio Rojas, Sérgio Napp, Tambo do Bando.
Da tendência “universal”, temos entre outros: Musical Saracura (com Nico Nicolaiewsky), Nelson Coelho de Castro, Gélson Oliveira, Elaine Geissler, Cláudio Levitan, Fernando Ribeiro/Arnaldo Sisson, Fausto Prado/ Caetano Silveira, Glória Oliveira, Nando Gross, Galileu Arruda, Nando D’ávila, Ângela Jobim, Jorge Foques, Marietti Fialho, Paulo Gaiger, Lúcia Helena, Antônio Villeroy, Geraldo Flach, Susana Maris, Adriana Calcanhotto, Toneco, Zé Caradípia, Sá Brito, Fernando Corona, Opus, Carlinhos Hartlieb, Giba Giba, Léo Ferlauto, Nanci Araújo, Zé Flávio, Adriana Marques, Arthur de Faria, Simone Rasslan, Hique Gomes, Grupo Semente, Marcelo Delacroix, Adriana Deffenti, Flora Almeida, Gisele di Santi.
Da tendência mais “pop”, podemos citar: Papas da Língua, Nei Lisboa, Lúcia Severo, Rafael Brasil, Danni Calixto, Rosa Franco, Jah Mai, Monica Tomasi, Engenheiros do Hawai, Cláudio Vera Cruz, Annie Perec...
Sobre rótulos e formas de produção, o compositor Leandro Maia revela que ainda não sabe bem ao certo qual é a melhor definição para o seu trabalho. "Gosto de cantautor, porque inclui algo próximo a singer-songwriter, aquele que interpreta as suas canções", diz. A forma canção é a que Maia acredita melhor expressar o que faz, e enfatiza que canta do jeito que fala, com sotaque gaúcho, misto do interior e do urbano.
Marcelo Delacroix, cantautor que despontou nos anos 1990, acredita que o público se estabelece na persistência do trabalho. "O artista é aquele que não consegue desistir", diz.
Artistas como Nei Lisboa e Vitor Ramil, que começaram carreiras nos anos 1980, seguem gravando álbuns, realizando shows e mantendo uma relação de fidelidade com os fãs. Já realizaram campanhas exitosas de financiamento coletivo (crowdfunding) e costumam lotar as plateias onde se apresentam.
Em meio a longas trajetórias, emergiram nos últimos anos dezenas de novos artistas. Após a agitação proporcionada por coletivos como Escuta o Som do Compositor e Autoral Social Clube, por volta de 2013, começaram a ocorrer apresentações e o lançamento dos primeiros álbuns de uma nova geração, como André Paz, Bibiana Petek, Carmen Corrêa, Daniel Debiagi, Ian Ramil, Leo Aprato, Pablo Lanzoni, Poty, Rafa Costa, Raquel Leão e Thiago Ramil, Zelito Ramos, João Ortácio, Pedro Borghetti, João Salazar, entre outros.
Arthur de Faria caracteriza essa nova geração como tributária da MPB: "aquela coisa da canção um pouco sofisticada, de letra que fala do cotidiano". Na visão de Delacroix, o jogo teria mudado novamente. "Essa gurizada está fazendo uma música da geração deles; não é mais uma MPB antiga, é diferente; melodias meio lânguidas, letras cheias de imagens, harmonias que vão por uns caminhos mais etéreos; flerta com rock às vezes", afirma.
Um dos nomes da recente movimentação local em torno da canção, Poty não vê uma unidade estética na turma, apesar de tocarem com os mesmos músicos e trabalharem com os mesmos produtores. "Forma-se um elo estético, mas é muito plural a produção", conclui.
Referência bibliográfica: Rogério Ratner e Jornal do Comércio
...