Por João Luis de Almeida

Mangueirão de Pedra

A história por trás dos mangueirões de pedra feito pelos escravos se desdobra em uma série de eventos, atividades e, fundamentalmente, necessidade que fizeram parte do cotidiano das pessoas que habitavam e trabalhavam nessas terras. As tropas que ali chegavam simbolizavam a riqueza e movimentação do comércio da época, enquanto as tropeadas compridas representavam longas jornadas feitas por esses peões. O encontro dos peões era marcado por conversas animadas e momentos de descontração após um dia árduo de trabalho. As gineteadas e a lida com as ovelhas e o gado eram atividades essenciais para a sobrevivência e o sustento das famílias que ali residiam. 
A dureza do tempo deixou marcas e desafios para no hoje matutarmos e, consequentemente, valorizarmos. É fundamental dizer que é imprescindível que exista um esforço coletivo para a preservação desse patrimônio cultural, praticamente extinguido pela ação do homem e do tempo. O restauro, e a conscientização podem contribuir para manter viva a memória e as tradições associadas a esse símbolo regional. Além disso, é essencial promover um diálogo aberto e inclusivo sobre a história do campo e as diferentes perspectivas que a cercam.
O mangueirão de pedra representa muito mais do que uma simples estrutura física. Ele é um símbolo de resistência, trabalho árduo e tradição que merece ser preservado e valorizado. Ao explorar e refletir sobre a história e seu contexto que fazem parte desse cenário, somos capazes de conectar o passado ao presente e construir um futuro mais consciente e respeitoso em relação ao nosso patrimônio cultural. Na sombra do arvoredo, os segredos guardados nesse mangueirão de pedra continuam a inspirar e a contar histórias de um tempo que não pode ser esquecido.

Naquele mangueirão de pedra 
Estão guardados os segredos
Que a dureza do tempo
Ficou na sombra do arvoredo

Palco para muitas tropas
Que chegavam no entardecer
Das tropeadas compridas
Que seguiam ao amanhecer...

...Velho mangueirão é história
Feito com tanta perfeição
Retrato xucro e campeiro
Calçado nesse crioulo chão...
 

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